sábado, 28 de dezembro de 2013

O cinema imundo!

Ontem fui ao cinema. Não vou muitas vezes ver filmes mas a vontade de inverter esta tendência não foi aumentada com esta incursão de fim de ano.

Porquê? Porque não gosto de imundice, não me sinto bem no meio do lixo e não gosto de ser mal servido. E hoje em dia, salvo algumas exceções, ir ao cinema é conviver com a falta de limpeza das salas de exibição, é ter que estar muito atento onde pomos os pés, onde nós sentamos e onde pousamos os casacos. É ficar tempo demais em filas de espera para comprar bilhete porque o funcionário também tem que servir as bebidas, a comida e as pipocas que os "cinéfilos" levam consigo. É não ter ninguém para indicar os lugares, mesmo quando as letras das filas estão apagadas e as cadeiras já não mostram claramente o seu número. É ver blocos publicitários iguais aos da TVI em horário nobre. É sentir os pés colados a um chão pegajoso de refrigerante derramado, é ver pipocas espalhadas por todo lado logo após ter visto a "equipa de limpeza" abandonar a sala. É ouvir comer durante o filme, é ouvir comentários durante todo o filme, é cheirar pipocas e gomas, é ouvir o crepitar das batatas fritas e dos aperitivos.

No meio desta explosão sensorial, ainda conseguimos "ver, ouvir e sentir" o filme. Lembram-se do filme? Também lá está mas percebo que cada vez vamos menos lá vê-lo! Não será só pelo preço dos bilhetes. Quero acreditar que somos poucos os que gostam de se sentir no meio da imundice e ainda ter que pagar por isso!

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

A justiça tarda, mas não falha! Julgava eu...


A minha primeira experiência real numa sala de audiência de um tribunal aconteceu no passado dia nove de setembro. E aqui entre nós, aquilo parecia mesmo um filme: juiz, procurador do ministério público, advogado da ré e funcionário judicial vestidos de toga (entretanto fiquei a saber que a do funcionário judicial não é uma verdadeira toga. É igualmente preta mas não tão cara!) e a sala de audiência forrada a madeira e configuração em "U". Não faltaram também as alegações finais em pé do advogado de defesa e do procurador, a segunda bastante inflamada até!


Falta agora dizer que a questão jurídica em causa era estritamente de interpretação da Lei Geral do Trabalho, opondo-me a uma empresa que, na minha opinião obviamente, não cumpriu com as suas obrigações, não pagando o que me devia. Ou seja, percebo agora, e compreendo, porque é que os processos judicias se perpetuam no tempo e desgastam os seus intervenientes. "Apenas" 18 meses depois de uma queixa efetuada, aconteceu finalmente a audiência que foi interrompida ao final de hora e meia para que oito dias depois o juiz tenha reunido novamente com as partes para a leitura dos factos provados anteriormente! A sentença, essa, chegou via CTT, hoje!

Grave, mesmo grave, na minha opinião, obviamente, é o facto de não me ter sido dada razão! "Não há justiça! Não há direito! Gatunos!" Gritava a população indignada á saída do Tribunal de Trabalho de Valongo (é possível que estas últimas frases não correspondam literalmente á verdade dos factos, uma vez que fui informado que a dita empresa foi, afinal, condenada e o réu, ou seja eu, foi absolvido da acusação de litigância de má fé!).

Como primeira experiência, e aqui entre nós, até que correu bem!


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

"boas cuanto ker sem o carregador"

Nada como pôr á venda um produto no OLX ou Custo Justo para entrarmos de imediato numa nova dimensão: o mundo novo do "novo" português!

Para entender algumas das respostas que nos chegam, são necessários, com frequência, alguns minutos de reflexão e nem sempre é garantido que se tenha entendido a ideia do emissor da mensagem. Isto partindo do princípio que o próprio sabia o que queria antes e durante a escrita da mesma...

Exemplos? "ola boa noite gostaria de saber qual o minimo preço que faz obrigado, agardeço resposta", "ainda esta a venda ou ja foi vendido se nao foi pode enviar a cobrança" e "boa tarde ofereço lhe 30euros se tiver interesse para si entre por favor em contacto comigo obrigada atentamente". Pontuação? Acentuaçao? Para quê? Uma perda de tempo e limitei-me a transcrever os que se percebem!

Depois há os que lêem o anúncio e vêem as fotos publicadas mas resolvem ainda assim fazer perguntas do género: "tem as teclas todas?", "está a funcionar?" ou "o Magalhães é de que cor?". E lá tenho que ser educado e politicamente correto e responder como se nenhuma destas dúvidas fosse esclarecida no próprio anúncio.

O terceiro tipo de contacto é o do "qual é o mínimo que faz?" ou "o preço é negociável?". Quando o valor anunciado é de €55, está bem de ver qual vai ser o "desconto especial para amigos"...

Adiante. O esforço, ou a paciência, para ultrapassar as lições de "novo português" recebidas acabam, no entanto, por compensar. Foram poucos os objetos que coloquei á venda e não foram negociados em tempo útil. Um carro, videogravadores, televisões, computadores, placas de banda larga, routers... Todos encontraram novos donos e, verdade seja dita, nem todos seguidores da linguagem SMS.

Assim sendo, OLX OMG! Custo Justo WTF!


terça-feira, 17 de setembro de 2013

Otimismo, volta que fazes muita falta!

Caros amigos,

O otimismo, contrariamente ao que muitos pensarão, é uma atitude e não uma qualidade. Pelo menos para mim, é assim que funciona! E o que se passa é que esse mesmo otimismo começa a escassear no meu dia a dia. Começou por ser preponderante, há cerca de um ano e meio atrás, e é agora residual, quase inexistente.

Como quase todos saberão, estou desempregado e, à semelhança de milhões de pessoas por essa Europa fora, procuro uma actividade para me poder sustentar dignamente e terminar com a atual magríssima subsidiodependência do IEFP, entretanto prestes a terminar.

Aos 44 já não procuro um projeto, uma profissão ou um emprego desafiante. Procuro apenas um trabalho legal e que possa executar com empenho e responsabilidade. Enquanto o otimismo não regressa. Acho que vai demorar anos a regressar! Se puderem dar um empurrão, agradeço.

P.S. Começa a ser urgente!



terça-feira, 23 de julho de 2013

Há músicas que dizem (quase) tudo!

Os UHF acabam de lançar um novo álbum que inclui uma faixa que diz tudo!

Quase tudo, dirão alguns, ou demasiado, dirão outros. Convido-os a ouvir aqui e peço desde já desculpa aos mais sensíveis pelo Vernáculo utilizado.




sexta-feira, 12 de julho de 2013

Inspiração, precisa-se!

Ando pouco inspirado. Não encontro assunto para alimentar o Proibido afixar azulejos!

A atualidade diária, geralmente rica em peripécias e casos polémicos, resume-se agora a um governo composto por ministros que pediram demissão, uma não aceite entretanto, e a um Presidente da República que finalmente descobriu que tem poder. Nada de novo, portanto. Depois há os mercados, esses sim os verdadeiros governantes, que sobem e descem sem qualquer lógica, excepto para os analistas financeiros que depressa encontram explicação num súbito espirro de um qualquer interveniente... também do mercado!

Numa época em que a informação é imediata, instantânea, em que todos somos produtores de conteúdos, a desinformação é, em contrapartida, crescente e prolifera. Os boatos circulam á velocidade da luz e o número de comentadores políticos e económicos cresce a olhos vistos. A interpretação do mesmo facto por diferentes entidades chega a ser hilariante... não fosse o caso de estarmos a falar de pessoas e não de números, lembram-se?

Inspiração, precisa-se!

Seriedade, empenho, rigor e verdade são também muito bem vindas e necessárias. Não as palavras, que essas são diariamente gastas na boca de quem gosta de as bradar inconsequentemente aos quatro ventos, mas sim as ações.

Ando mesmo desinspirado e farto de iluminados!


quarta-feira, 3 de julho de 2013

Eu, comissário!

De caloiro a quase pro em seis dias! Foi assim a minha fantástica experiência como comissário de pista nas provas do Grande Prémio Histórico do Porto e WTCC Mundial de Turismo, no Circuito da Boavista.

Aquilo que começou por ser uma tentativa de conseguir acesso privilegiado ao circuito, para tirar umas fotografias, acabou por se transformar em dois fins de semana de trabalho voluntário árduo mas muito gratificante. Uma oportunidade única de viver por dentro o mundo da competição automóvel!

Recebido o macacão laranja e as t-shirts com o logo do Motor Clube do Estoril, ficou combinado encontro com os verdadeiros comissários para as seis horas da manhã, de sexta feira 21... Logo aqui percebi que a coisa não ia ser levada de ânimo leve. E ainda bem! A formação foi dada já em pista e à medida que os primeiros treinos livres do GP Histórico decorriam e surgiam as nossas primeiras intervenções em pista. Bandeiras, placas, procedimentos, equipamento de proteção, comunicações com a torre, tudo era novidade!

Chegada a prova do WTCC, e com o estágio terminado no fim de semana anterior, a prova de fogo foram três dias de treinos livres, qualificações e provas em que não faltaram acidentes, princípios de incêndio e avarias que exigiram de todos o máximo empenho e profissionalismo. Senti-me um verdadeiro comissário entre comissários!

Terminada esta experiência, não posso deixar de me sentir um privilegiado por ter tido ao meu lado o Rui Cavaleiro (Motor Clube do Estoril), o Jorge Gil (Clube Automóvel do Minho) e o Vitor Pinto (Bombeiros Voluntários do Porto). Companheiros de seis longas jornadas de que não me esquecerei tão cedo!

terça-feira, 25 de junho de 2013

As SMS sobrevivem!

Confesso que sou um utilizador muito esporádico do serviço de mensagens escritas e sempre julguei que os utilizadores massivos de SMS eram os adolescentes e as empresas de marketing direto. Aparentemente, não será bem assim...

Esta semana recebi uma SMS de resposta a uma candidatura minha enviada por email e que respondia a um anúncio publicado na internet. Resolvi responder á mesma por SMS, voltei a receber resposta por SMS e confirmei a data e hora da entrevista pela mesma via. Ou seja, em poucos dias deverei ter enviado mais SMS do que nos últimos meses e o servidor de SMS do meu operador poderá mesmo ter cancelado a entrega da última, uma vez que o entrevistador não apareceu!

Eu sei que o relatório de entrega me diz o contrário, que foi entregue, mas do outro lado da linha alguém pouco fluente verbalmente (estará explicado o uso de SMS?) afirma o contrário! Entretanto, aqui entre nós que ninguém nos ouve, que tipo de empresa ou entidade responde por SMS ás candidaturas que recebe via email para uma função, propondo entrevista para outra função e confirma entrevista para uma terceira função diferente?

Certo, poderia ter acontecido o mesmo se tivessem utilizado correio eletrónico! Mas foi com SMS e por isso, para mim, o serviço está definitivamente moribundo!


quinta-feira, 13 de junho de 2013

Os novos fora da lei

Vestem fatos de bom corte, falam burocratêz e justicêz fluentemente e fazem-se transportar em viaturas alemãs premium. São os novos fora da lei á portuguesa!

Para estes quase ladrões, a lei existe e deve ser respeitada mas, e há sempre um "mas" que faz toda a diferença, são sempre necessários esclarecimentos adicionais, pareceres de distintos constitucionalistas e aclaramentos que resultam, invariavelmente, em recursos e providências cautelares.

Entre os novos fora da lei ganha protagonismo crescente a classe política nacional e local, deixando para segundo plano aqueles que efetivamente estão á margem da lei, sabem o risco que correm e as consequências que daí podem resultar. Os novos fora da lei, pelo contrário, estão convencidos de que há sempre forma de contornar a justiça e mesmo quando são apanhados pela sua malha continuam, com desfaçatez surpreendente, a clamar inocência e, pasme-se, a pedir... que se faça justiça!

Até muito recentemente, ser um novo fora da lei em portugal era um motivo de orgulho para o próprio e para a família. Entretanto, a tão famigerada crise resolveu dar uma ajuda aos verdadeiros ladrões: pouco a pouco, dia após dia, estes começam a ser, aos olhos do cidadão, dignos de maior respeito do que os novos fora da lei!

A justiça é cega e o povo é quem mais ordena?

terça-feira, 4 de junho de 2013

A imortalidade ao alcance de todos

A Google pensou nisso, Twitter e Facebook também. A religião deixou de ter o exclusivo da imortalidade humana! Dito desta forma, parece até que a medicina, tradicional "heroína" no combate com a morte, estará a ser deixada para segundo plano. Mas não. Trabalham em dimensões diferentes mas complementares!

A imortalidade esteve sempre ao alcance de poucos seres humanos e sempre dependente do seu legado conquistador, artístico, humanista, político, científico, heróico ou ditatorial. Ou seja, inacessível ao comum dos mortais onde me incluo e, portanto, muito pouco democratizada!

Agora a coisa mudou de figura e as redes sociais dão-nos a possibilidade de acautelar o que será publicado nos nosso perfis após a morte, em jeito de despedida (pode ser em vídeo ou texto). No caso do Twitter a imortalidade digital é mesmo em pleno, sendo-nos dada a alternativa de continuar a publicar de acordo com o histórico de posts e ainda nos aniversários dos nosso amigos!

Quase me esquecia de mais duas formas de fintar a morte: o embalsamamento e a criogenizaçao. Devo alertar, no entanto, que são alternativas muito pouco interativas e bastante mais dispendiosas!

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Bruxos, oráculos e capitalismo

A tentação vem de tempos ancestrais até aos dias de hoje: prever o futuro e, desta forma, tomar decisões mais acertadas. Começaram por ser os feiticeiros, depois os bruxos e os médiuns, e, nos tempos ditos modernos, a tarefa de previsão do futuro passou para as mãos dos tecnocratas, sempre escondidos em respeitáveis instituições com siglas de duas, três ou mais letras.

Apesar de tudo, continuo a preferir ouvir a taróloga Maya ou o grande mestre africano Buba. Não mexem com os "mercados" e, sejamos sinceros, não são levados a sério pela grande maioria de nós. Do outro lado temos os muito competentes tecnocratas, todos eles com formação superior, doutoramentos e MBA's. Teimam em continuar a desempenhar a função de oráculo dos tempos modernos, não acertam em qualquer das suas previsões, condicionam a vida de milhões de pessoas e, pasme-se, continuam a ser levados a sério pela grande maioria de nós!

Houve tempos em que a bruxaria era punida com a fogueira mas, entretanto, tornamo-nos "civilizados"...

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Como é que se chamava o meu tetravô?

Anda não cheguei lá mas a minha árvore genealógica tem já cerca de 120 pessoas...

O projeto começou com uma conversa de família em que o meu pai afirmava não ter conhecido muitos dos seus tios e primos direitos. Como qualquer internauta dos dias de hoje, o que me passou pela cabeça de imediato foi: de certeza que alguém já se lembrou de fazer uma aplicação, um site onde possamos construir árvores genealógicas! Obviamente que sim, que há, e a escolha recaiu no MyHeritage que tem site, aplicação para iPad e para smartphones e ainda para pc.

O engraçado disto é irmos acrescentando pessoas e descobrindo os seus nomes e parentesco. Acabei de "conhecer" os meus bisavós e trisavós: o Sr. Paulino, a D. Luciana, o Sr. Ernesto, a D. Olinda, a D. Lúcia...

A parte fácil está feita, recorrendo á memória de alguns familiares e enviando emails para os meus primos a pedir informaçao detalhada sobre os próprios, os cônjuges e filhos. Segue-se uma outra etapa, esta mais trabalhosa mas, ao mesmo tempo, verdadeiramente desafiante: encontrar fotos e informação sobre os meus tetravós, os pais deles, os avós, bisavós e tetravós!

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Olhar para o nosso umbigo

Descobri a plataforma Reporter da Fotopedia em http://pt.fotopedia.com/reporter/featured e ando encantado! A sério. Não há nada como, de repente, vermos fotografias nossas transformadas em fotoreportagem com aspeto gráfico cuidado e começarmos a ser seguidos e vistos por dezenas ou centenas de outras pessoas.

O conceito é simples e funciona, também, de forma muito simples. Todos podemos ser repórteres usando a nossa maquina fotográfica ou o nosso telefone e contando uma história, apenas com imagens ou associando texto. E encontramos um pouco de tudo por lá: histórias de viagens, homenagens a entes queridos e a animais de estimação, pequenos guias turísticos, alertas climáticos.

Agora a parte mais interessante disto. Tenho duas histórias publicadas: Leça da Palmeira's Lighthouse (http://pt.fotopedia.com/reporter/stories/UmIAYnhjeIP) e Oporto Snapshots (http://pt.fotopedia.com/reporter/stories/BVso6xcIx7Y). A primeira tem neste momento 117 visitas e a segunda 65. Olhar para o nosso umbigo faz bem ao ego!

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Obrigado Taslima Akhter

Acordei com esta imagem hoje. Não consigo deixar de olhar e imaginar o sofrimento destas duas pessoas, escravas modernas e livres do capitalismo do século XXI. A fotografia continua a valer por mil palavras, a substituir relatórios de organizações internacionais e a desmentir discursos politicamente corretos de políticos e economistas de sociedades modernas e evoluídas, também do século XXI.

Segundo a imprensa internacional, o número de mortos resultantes do colapso do edifício Rana Plaza, em Daca, Bangladesh, a 24 de abril, estará muito perto dos mil. A contagem dos feridos chegou aos dois mil!

Vamos legendar a fotografia? Proponho, entre muitas outras possíveis, "Eficiência e competitividade empresarial destacam Bangladesh a nível internacional". Obrigado Taslima Akhter.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Mais um bloguista? Ou será blogueiro?

Ou apenas mais um idiota que pensa que escreve umas coisas interessantes e que haverá outros com pachorra para as lerem? Vamos indo e vamos lendo...